GILBERTO GIL recebe de Jacson Matos o exemplar da revista Laboratório de Poéticas


O QUE É LABORATÓRIO DE POÉTICAS

1. Laboratório de Poéticas é um entre as centenas de pontos de cultura (Programa Cultura Viva do Ministério de Cultura) cuja rede está sendo tramada no Brasil & exterior, através de convênio com órgãos públicos &/ou entidades da sociedade civil. Os pontos pretendem formar uma teia de conexões entre local & global, popular & erudito, população & Universidade, tradição & ruptura, identidade & diversidade – entre as raízes & as antenas.

2. O ponto de cultura Laboratório de Poéticas vem desdobrar ações desencadeadas nos últimos 12 anos por escritores, pesquisadores, agentes culturais de Diadema – dentro, fora ou (quase sempre) nas brechas do poder público: o Acervo de Arte & Poesia, o ciclo de poesia & filosofia Amor em Tempos de Peste, a oficina Poesia Contemporânea de 97, o grupo Almas Perdidas, a publicação Careta Furyoza, o espetáculo Saturnais, os debates de filosofia Ágora Poética, o grupo e site Palavreiros, o jornal Onívoros, as pesquisas do Núcleo de Cordel, as apreciações críticas Q. Poéticas? as antologias Tempos Perplexos e Tempos & Territórios, o caderno Laboratórios de Poética de 2005.

3. O Laboratório é uma experiência de autogestão de processos culturais: um coletivo dotado de autonomia & protagonizado por escritores, artistas & pesquisadores da cidade. Seu processo de criação é independente & alternativo. Seus recursos são administrados em regime de gestão compartilhada com os poderes públicos. Sua iniciativa vem de baixo para cima, ligada organicamente a um setor da comunidade local: uma minoria que sente prazer em ler, escrever & pensar (& viver de acordo com aquilo que pensa, lê & escreve). Os redatores & colaboradores do Laboratório não são remunerados pelo ponto de cultura, cujo orçamento é integralmente destinado ao pagamento de serviços gráficos, aquisição de acervos ou realização de eventos.

4. Laboratório de Poéticas tem como ação principal a produção de uma revista, em versão impressa & em versão digital. Sua linha editorial é voltada à multiculturalidade & busca rascunhar uma cartografia do imaginário da cidade em sua diversidade, identidade & alteridade. desenvolve também outras ações, como encontros com escritores, pensadores, cabelos-trançados (portadores de tradições ancestrais), & ainda uma biblioteca especializada em questões de diversidade cultural.

5. O Laboratório é voltado a minorias, mas também a multiplicadores culturais em geral (agentes, artistas, professores, militantes). O Laboratório não se caracteriza como agência de espetáculos, mas como espaço de livre circulação de idéias & palavras. Sua sede é o Porão do Centro de Memória de Diadema, com eventuais rizomas em espaços culturais independentes, bares, casas de família, sombras de árvores, OVNIs ou quaisquer outras possibilidades.

6. Laboratório de Poéticas não é “literatura”. O Laboratório é hibridação, mestiçagem, brecha entre fronteiras. Atua na transversalidade, nos cruzamentos entre palavra, pensamento & imaginário: poesia & ficção, jornalismo & ensaio, ciência & filosofia, culturas tradicionais & experimentais, culturas híbridas & contraculturas.
Laboratório = atividade alquímica. Poética = imaginário radical = devir de imagens, emergência de sentidos, magma. Nada de “literatura” (sic), mas radicalidade existencial-imaginal. Experiência. Jogo. Percepção. Atitude.

7. Laboratório de Poéticas não pode ser definido: é um devir. Uma tribo tatuada? Uma horda de bárbaros? Um bando de malucos? Escrevinhadores, leitores, cordelistas, rappers, contadores-de-histórias, repórteres do onírico, poetas da realidade, grafiteiros, filhos-de-santo, ateus, cristãos, aprendizes-de-pajé, cientistas sociais, ecologistas, filósofos platonistas, pensadores nietzschianos, fanzineiros, anarquistas místicos, roqueiros, cantadores, rerformáticos experimentais, performáticos da Tradição, acadêmicos, outsiders, integrados & espécies ainda não catalogadas. Raizeiros das antenas. Antenados nas raízes.

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